A misericórdia de Deus: os três tesouros revelados por Paulo

A Misericórdia de Deus: os três tesouros

Vamos ver três tesouros que o apóstolo Paulo traz em seu coração. Para compreender estes tesouros lemos II Co 1,3-8:

“Bendito seja Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias, Deus de toda a consolação, que nos conforta em todas as nossas tribulações, para que, pela consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus, possamos consolar os que estão em qualquer angústia! Com efeito, à medida que em nós crescem os sofrimentos de Cristo, crescem também por Cristo as nossas consolações.  Se, pois, somos atribulados, é para vossa consolação e salvação. Se somos consolados, é para vossa consolação, a qual se efetua em vós pela paciência em tolerar os sofrimentos que nós mesmos suportamos. A nossa esperança a respeito de vós é firme: sabemos que, como sois companheiros das nossas aflições, assim também o sereis da nossa consolação. Não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia. Fomos maltratados ali desmedidamente, além das nossas forças, a ponto de termos perdido a esperança de sair com vida.”

Os três tesouros: pérolas preciosas

Existem 3 tesouros, pérolas preciosas guardadas dentro do coração deste homem de Deus chamado apóstolo Paulo. Nesta carta encontraremos estas dicas preciosas para nosso aperfeiçoamento. Uma realidade de desacato, em que Paulo sofre a contenda de alguns que estranhavam a novidade do evangelho da salvação.

 O coração a espera de consolo

Tito,  é o emissário do apóstolo para entregar esta carta a igreja de Corinto, uma carta de reconciliação. A Igreja acolhe a Tito e a mensagem de Paulo, entretanto o apóstolo esta sofrendo.

Quando estamos sofrendo, quando nosso coração está machucado, esperamos por consolação, esperamos por um conforto.  Paulo recebeu de Deus e descobriu que esta é a única consolação que realmente é capaz de curar o coração humano.

O consolo eficaz

Paulo então passa a compreender e a explicar que a consolação eficaz não vem da eloquencia, do conhecimento ou capacidade humana, mas de Deus. Este é o primeiro tesouro que podemos aprender com o apóstolo Paulo, o consolo de Deus é aquele que precisamos.

Crédito: Wesley Almeida/cancaonova.com

E nós, para onde corremos quando precisamos de consolação? Corremos para a família? Para os amigos? Para a televisão? Por que se não estamos buscando o consolo de Deus vivemos mendigando consolo. A consolação que nós cristãos temos que dar uns aos outros é o consolo que vem de Deus! Diante do divino sacramento, é na igreja que fortificam a alma.

Segundo tesouro: a tribulação

A segunda descoberta que fazemos é que o apóstolo passou por tribulações, como todo ser humano. Ele descobre que Deus esta vivo e deve confiar Nele e não em sim mesmo. A Ressureição de Cristo é a nossa força e a nossa certeza. Esse é o verdadeiro sentido da páscoa, não é o chocolate, mas a certeza de que Cristo ressuscitou.

A emissária da misericórdia

Citei certa vez que Santa Faustina tem sido uma emissária da misericórdia em minha vida. Mesmo no desespero da alma Jesus não desiste dela, ainda que ensurdecida e cegada pelo pecado. Neste diálogo em especial vemos a misericórdia de Deus, a graça e o esforço Dele para salvar o homem, mesmo ele não percebendo o quanto precisa da misericórdia divina.

Deus não desiste de nós

Ele não desiste de nós, mesmo rebeldes, adúlteros e imersos no pecado. Ainda que nosso coração não tenha esperança, soterrado, Ele não desiste de nós e retira pedra por pedra que nos impedem de ter esperança. Paulo experimentou este esforço de Deus.
É ou não verdade que na hora do desespero a primeira coisa que nos esquecemos é que nosso Deus esta vivo?

Terceiro tesouro: a providência divina

O terceiro e último tesouro é da providência divina, o apóstolo admite que não seremos livres de passar por tribulações e lutas, mas ele tem convicção que Deus sempre estará ao nosso lado para nos livrar e nos ajudar. As pessoas que nos cercam são pecadoras e limitadas, mas elas podem nos ajudar. O pior erro que podemos cometer é acreditar que quando caminhamos com Deus não precisamos de outras pessoas, pois até Jesus tinha companheiros.

Precisamos de companheiros na oração

Paulo teve esta compreensão, precisava de companheiros. Esta tem sido a armadilha do diabo na vida de muitos cristãos, fazendo eles acreditarem que não precisam da Igreja, que podem servir a Deus rezando sozinhos. Dois rezam melhor do que um, três rezam melhor do que dois. Saiamos do nosso orgulho e autossuficiência, tem muita gente precisando de um abraço, de uma oração, assim como nós precisamos.

Dobrar os joelhos e clamar a Deus

Na atual situação do nosso país o nosso papel como cristãos é dobrar os nossos joelhos e clamar a Deus. Oremos pelo nosso Brasil, rezemos por esta nação, rezemos pelos jovens, pelas famílias, pelos políticos, pelas crianças, pelos anciãos, rezemos uns pelos outros. Paulo reconhece a sua humanidade e a sua necessidade dizendo que existiam pessoas orando por ele e que isto era vital para o seu ministério.

Para finalizar um ensinamento de Cristo a respeito daqueles que perdem a esperança em Deus e buscam apenas os tesouros deste mundo: “Mas que vergonha! Pelo bem imutável, pelo prêmio inestimável, para honra suprema e pela glória sem fim, o menor esforço nos cansa.

Envergonha-te, pois, servo preguiçoso e murmurador, por serem os mundanos mais solícitos para a perdição que tu para a salvação. Procuram eles com mais gosto a vaidade que tu a verdade. Entretanto, não raro, sua esperança os engana; mas minha promessa a ninguém falta, nem despede com as mãos vazias ao que em mim confia. Darei o que prometi, cumprirei o que disse, contanto que se persevere fiel no meu amor até ao fim. Eu sou quem remunera todos os bons e sujeita a provas duras todos os devotos.” (Imitação de Cristo, Livro III, ­Capítulo III).